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A inserçao econômica da cooperativa agroindustrial...

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A razao disto é que a agricultura, como setor
primario da economia, caracteriza-se por interagir, a
montante e a jusante, com mercados fortemente
oligopolizados, como é o caso dos insumos, o
processamento das matérias-primas e a distribuiçao dos
produtos acabados até o mercado consumidor
(ZUURBIER, 1997; ZYLBERSZTAJN, 1999).

Por outro lado, os agricultores participam de um
mercado cuja estrutura é bastante atomizada e bem
competitiva, colocando-os como meros tomadores de
preços, tanto no momento da compra de insumos como na
venda de seus produtos. Este posicionamento competitivo
no mercado propiciou a existência de estruturas econômicas
intermediarias, como as cooperativas agropecuarias,
garantindo ao produtor menor risco na sua atividade e maior
valor agregado para os seus produtos que, isoladamente,
em muitos casos, seriam presa facil desses mercados
oligopolizados (ARRUDA, 1995; BIALOSKORSKI NETO,
1994, 2001; CRACOGNA, 1997; FULTON, 1995).

Jank (1990) destaca a evoluçao da participaçao dos
produtos das cooperativas agropecuarias na pauta de
exportaçoes brasileiras. Os produtos processados tiveram
um aumento de 3% para 31%, na participaçao do total das
exportaçoes, representando uma expansao de receitas da
ordem de 443%, de 1982 a 1988. Observa-se uma tendência
de reforçar a estratégia de agregaçao de valor na produçao,
o que ja ocorre nas demais organizaçoes que procuram
participar ativamente da economia mundial.

O cooperativismo possui grande relevância para a
economia brasileira, na medida em que atua apoiando o
desenvolvimento econômico e social, principalmente das
pequenas propriedades rurais. Atuam no fomento e na
comercializaçao dos produtos agricolas, inclusive
implantando novos cultivos e agregando valor aos
produtos por meio de complexos agroindustriais
(Bialoskorski neto & marques, 1998; brandâo,
1998; GIMENES, 2000; REQUEJO, 1997; ROCHA, 1999).

É nesse cenario que muitas cooperativas brasileiras
entram no processo de industrializaçao da produçao
agropecuaria pela verticalizaçao. Assim, a proxima seçao
abordara o processo de inserçao das cooperativas na
agroindustrializaçao.

2 AS COOPERATIVAS E A AGROINDUSTRIALIZAÇÂO

inicialmente, o cooperativismo se constituiu no
ùnico suporte de uma camada de pequenos produtores
diante de um aparato estatal fraco, que nao dispunha de
pobticas pùblicas de bem-estar social para as populaçoes
agrarias.

o cooperativismo era um instrumento privilegiado
do Estado, para a construçao de uma ordem social
harmônica e mais justa. Era um instrumento de fomento
que o Estado possuia para romper com certas condiçoes
de atraso no desenvolvimento agricola (BIALOSKORSKI
NETo, 1994, 2000a,b, 2001).

Assim, em 1971, o Governo consolida a legislaçao
cooperativista e sanciona a Lei Federal n° 5.764/71, que
define a politica nacional de cooperativismo, articulando-a
com a propria politica econômica do governo, tornando as
cooperativas dependentes da açao do Estado,
principalmente em relaçao a créditos subsidiados.

A partir dai, o movimento cooperativista paranaense
ganhou proporçoes, com o inicio das discussoes para a
implantaçao dos projetos de integraçao, desenvolvidos
conjuntamente pela Associaçao de Crédito e Assistência
Rural do Parana (ACARPA) e o Instituto Nacional de
Colonizaçao e Reforma Agraria (INCRA), com o apoio do
Banco do Brasil, Banco Regional de Desenvolvimento do
Extremo Sul (BRDE) e Banco Nacional de Crédito
Cooperativo (BNCC).

os objetivos dos projetos foram rediscutir a forma
de atuaçao das cooperativas, pois alguns municipios tinham
mais de uma cooperativa operando em concorrência, o que
as enfraquecia, enquanto outros municipios nao tinham
nenhuma.

os projetos foram desenvolvidos em três etapas,
abrangendo regioes diferentes. o Projeto Iguaçu de
Cooperativismo (PIC), criado em 1971, contemplou a
reorganizaçao do sistema no oeste e Sudoeste. o Projeto
Norte de Cooperativismo (NoRCooP), implantado em 1974,
para a reorganizaçao das cooperativas da regiao Norte do
estado e o Projeto Sul de Cooperativismo (SULCooP),
iniciado em 1976, reorganizou as cooperativas da regiao
Centro-Sul.

A organizaçao das Cooperativas do Estado do
Parana (oCEPAR), nasceu no decorrer do primeiro projeto,
no ano de 1971, o que veio a dar forte apoio à execuçao dos
projetos. Esses projetos propiciaram um contato mais
efetivo entre produtores e cooperativas, despertando o
cooperativismo para o espirito empresarial.

A integraçao possibilitou uma participaçao mais
efetiva das cooperativas na atividade econômica, em funçao
da agregaçao dos interesses dos produtores para a economia
de mercado, o que levou as cooperativas à montagem da
infra-estrutura basica para o atendimento das produçoes,
de fundamental importância para o inicio da integraçao e
como conseqüência da agroindustrializaçao.

organizaçoes Rurais & Agroindustriais, Lavras, v. 8, n. 3, p. 295-312, 2006



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