O funcionalismo de Sellars: uma pesquisa histδrica



Ciências & Cogniçâo 2009; Vol 14 (3): 024-038 <http://www.cienciasecognicao.org>                              © Ciências & Cogniçâo

Submetido em 21/09/2009   | Aceito em 19/11/2009   | ISSN 1806-5821    - Publicado on line em 30 de novembro de 2009

Assim, para pensar é preciso antes conhecer uma linguagem comunitâria. É de fora
para dentro que o pensamento se constrôi, e Sellars reune na mesma tese uma linguagem
publica essencialmente intersubjetiva, eventos privados e um comportamento baseado em
regras. O resultado se assemelha a uma concepçâo funcionalista de estados mentais
combinada com conteudos intencionais, posiçâo que foi, segundo o prôprio autor “an attempt
to give a naturalistic interpretation of the intentionality of conceptual acts” (Sellars, 1969b),
ou, nas palavras de um admirador confesso, Rorty (Sellars, 2008: 17): “explica por que
podemos ser naturalistas sem que sejamos behavioristas.”

Contudo, nâo é correto dizer que Sellars desenvolveu o funcionalismo, sua proposta de
estados funcionais é apenas parte de uma soluçâo maior por ele proposta. Também é
inadequado afirmar que as ra^zes dessa teoria encontram-se nele, afinal, como vimos, a
influência de Sellars nâo pode ser considerada decisiva para as primeiras formulaçôes
oficiais
do funcionalismo, embora certamente contribrnsse para os desenvolvimentos subsequentes;
porém, nâo hâ duvidas que, a seu modo, ele antecipa Putnam, Fodor e alguns outros
funcionalistas. Além disso, algumas das questôes formuladas por Sellars tornaram-se
fundamentais na filosofia da mente e da linguagem, e seu nome é comumente reverenciado
por tais contribuées, embora, como acredita Dennett, menos do que seu mérito justificaria.

4. Referências bibliograficas

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