GOVERNANÇA E MECANISMOS DE CONTROLE SOCIAL EM REDES ORGANIZACIONAIS



Governança e mecanismos de controle social ...

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2.2 Mecanismos de contrôle social e elementos politicos
dos relacionamentos

Para solucionar problemas de adaptaçao,
coordenaçao e salvaguarda das trocas em meio à incerteza
da demanda e alta interdependência ocasionada pela
complexidade das tarefas, a governança em redes utiliza
mecanismos sociais que sao mais apropriados para estas
situaçôes do que métodos tradicionais de autoridade,
regras burocrâticas, padronizaçao e recursos legais. Os
elementos do modelo de Jones et al. (1997) que compôem
esta abordagem social da governança (Figura 1), consistem
em: acesso restrito às trocas, macrocultura, sansôes coletivas
e reputaçao dos membros. O contexto que pode conduzir à
governança em redes e os mecanismos empregados no
controle social estao ilustrados na Figura 1.

Para reduzir o nùmero de atores com que se possa
estabelecer uma relaçao de trocas, utiliza-se a restriçao de
acesso, ou
acesso restrito, a transaçôes dentro da rede.
Isso pode ser feito por meio da maximizaçao do
status5, em
que os agentes somente transacionarao com aqueles de
status similar, evitando agentes de status inferior e por
meio de contratos relacionais, por meio dos quais se
negocia freqüentemente apenas com poucos individuos.
O acesso restrito (trocas entre poucos parceiros) reduz os
custos de coordenaçao, pois promove interaçôes
freqüentes e proporciona conhecimento mùtuo entre as
partes envolvidas, além de facilitar a salvaguarda das
trocas, uma vez que diminui o nùmero de agentes a serem
monitorados, reduzindo custos de transaçao e
comportamentos oportunistas (JONES et al., 1997).

A macrocultura representa os valores e suposiçôes
que norteiam e direcionam açôes e comportamentos entre
as unidades independentes da rede, especificando papéis,
posiçôes nos relacionamentos e convençôes, além de
funcionar como instrumento de coordenaçao das
atividades interdependentes entre tais unidades para a
realizaçao de tarefas complexas. Embora seja necessârio
um certo tempo para a consolidaçao deste elemento, quanto
maior for a imbricaçao (interaçôes intensas e freqüentes),
mais compartilhados serao os valores e suposiçôes entre
os participantes. A macrocultura é essencial no
entendimento da governança em redes, pois envolve
interaçôes freqüentes no longo prazo e eleva a eficiência
das trocas entre os atores, reduzindo os custos de
coordenaçao (JONES et al., 1997).

Sançôes coletivas sao empregadas na governança
de redes por meio da definiçao dos parâmetros de
comportamentos aceitâveis, com o objetivo de punir
aqueles membros que violam as normas e os valores
estabelecidos. Individuos que cometam desvios que
extrapolem as diretrizes acordadas sao colocados no
ostracismo pela exclusao da rede por um curto ou
indefinido periodo. Por conseguinte, essas sançôes
amenizam a incerteza sobre comportamentos na rede,
aumentando os custos de oportunismos e diminuindo os
custos de monitoramento (JONES et al., 1997).

5 O status refere-se a uma demonstraçao passada de qualidade na
relaçao (PODOLNY, citado por JONES et al., 1997).


FIGURA 1 - Mecanismos de controle social.

Fonte: Adaptado de Jones et al. (1997).

Organizaçôes Rurais & Agroindustriais, Lavras, v. 8, n. 1, p. 58-70, 2006



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